Dinossauro primitivo nos pampas
pesquisadores brasileiros descobrem no Rio Grande do Sul espécie que viveu há cerca de 230 milhões de anos. O achado, tema da coluna deste mês de Alexander Kellner, contribui para melhorar o conhecimento da anatomia dos primeiros dinossauros.
todos sabem que os dinossauros dominaram o nosso planeta por milhões de anos. Um dos grupos que mais se destacaram foi o dos saurópodes (animais com cabeça pequena, corpo volumoso e cauda e pescoço compridos), que podem ser exemplificados pelo Maxakalisaurus, em exposição no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Algumas formas eram gigantescas, como o Argentinosaurus e oFutalognkosaurus, ambos da província de Neuquén, na Argentina, e cujo comprimento ultrapassava 30 metros.
O surgimento desses répteis colossais ainda está envolto em mistério. Mas uma descoberta realizada no Brasil aumenta o conhecimento sobre as primeiras espécies que acabaram por dar origem a esses gigantes. O estudo, liderado por Sergio Cabreira, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, Rio Grande do Sul, acaba de ser publicado na Naturwissenschaften, uma prestigiosa revista científica da Alemanha.
Novo mamífero fossil na Argentina
Pesquisadores encontram exemplares de mamífero fóssil em rochas de 95 milhões de anos na província de Rio Negro que representam uma nova espécie de um grupo muito raro que antecedeu aos placentários e marsupiais.
Uma das grandes questões que permeiam debates entre os paleontólogos é a origem e a diversificação dos mamíferos. Para responder essa questão de forma satisfatória, somos obrigados a examinar os restos de formas extintas preservadas nas camadas geológicas da Terra.
E aí está o problema: justamente na era Mesozoica, quando surgiram os primeiros mamíferos, existe uma escassez enorme de vestígios desses animais com pelos. Para se ter uma noção, fósseis de mamíferos são mais raros do que fósseis de dinossauros!
Felizmente, de vez em quando, alguém descobre exemplares mais completos. Justamente é o que Guillermo Rougier, da Universidade de Louisville (Kentucky, Estados Unidos) e os seus colaboradores acabam de fazer. Eles encontraram restos cranianos quase completos de uma nova espécie de mamífero de 95 milhões de anos, cujo estudo foi destaque da prestigiosa Nature.
A gravides de um gigante
Fóssil de plesiossauro contendo um feto foi descoberto nos Estados Unidos e apresenta novos dados sobre a reprodução desse grupo extinto de répteis marinhos. O inusitado achado, publicado na ‘Science´,
Questões envolvendo a reprodução de animais extintos sempre mexem com o imaginário dos pesquisadores. Particularmente quando o assunto são os vertebrados que não deixaram descendentes. Nessa categoria se encaixam os plesiossauros – grupo de répteis plenamente adaptados à vida aquática, com os braços e pernas modificados em nadadeiras e cujos restos já foram escavados em diversos continentes, inclusive na Antártica.
Alguns anos atrás, o Museu de História Natural de Los Angeles (LACM), nos Estados Unidos, obteve um exemplar de um desses animais pensando em sua exposição. O que parecia ser mais um plesiossauro encontrado no estado do Kansas (EUA) revelou ser um grande achado, que permitiu solucionar a questão sobre se esses animais postavam ovos ou se eram vivíparos. O estudo, publicado na Science (12/8), foi realizado pelos paleontólogos F. Robin O'Keefe, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Marshall (EUA), e Luis Chiappe, do LACM.
Um besouro de 115 milhões de anos
Inseto fóssil de grupo que reúne hoje algumas das principais pragas que atacam lavouras acaba de ser registrado no Brasil.
Não há como negar que os achados de animais vertebrados no registro fossilífero – tais como dinossauros e pterossauros – acabam despertando maior interesse nas pessoas do que notícias de trabalhos sobre invertebrados ou plantas.
No entanto, não são somente os ossos – alguns grandes, outros não – que trazem contribuições relevantes para a compreensão da evolução da vida no nosso planeta. Às vezes, o estudo de criaturas pequenas, que passam facilmente desapercebidas por pessoas distraídas, abre uma nova janela de possibilidades na pesquisa paleontológica.
Esse é justamente o caso de Arariperhinus monnei, um pequeno besouro de menos de 1 centímetro descoberto por Márcia F. de Aquino Santos (Museu Nacional/UFRJ) e colegas e cuja descrição acaba de ser publicada na revista Palaeontology.
A nova espécie foi encontrada em uma rocha formada por calcário laminado que faz parte da Bacia do Araripe, uma das principais regiões para pesquisas paleontológicas do nosso país. Seus afloramentos se estendem pelos estados do Ceará, Pernambuco e Piauí.
Rochas e fósseis encontrados na área revelam vários momentos distintos, mas dois são bem marcantes: a existência de um grande lago (ou um conjunto de lagos) de água doce de 115 milhões de anos que deu lugar a uma laguna (de água salgada) há 110 milhões de anos. As primeiras camadas da bacia recebem o nome de Formação Crato e as seguintes, de Formação Romualdo.